RP Pós Pandemia
- Sylla Faruk
- 24 de out. de 2022
- 3 min de leitura

Eu sempre fui de opinião de que, apesar dos avanços tecnológicos, e das possibilidades que temos de obter tudo o que pretendemos com apenas um computador, ou smartphone, as relações humanas são fundamentais para que consigamos ter relações saudáveis, sejam corporativas ou mesmo pessoais.
Vimos que estes últimos anos, com a pandemia, houve uma mudança no comportamento dos consumidores, na comunicação entre as marcas e principalmente pelos avanços tecnológicos que impactaram todo o início de uma nova era digital.
Uma das grandes mudanças sentidas a nível do RP, foi o enfraquecimento das relações e vínculos.
Agora que regressamos a nossa normalidade, é preciso sair desse modo automático: vem a metodologia, vem a nova ferramenta e vamos migrando e precisamos de desenvolver novas soluções, precisamos de relembrar qual o papel do RP nas organizações e como podemos adaptar-nos a esta mudança.
Hoje, falamos de trabalho híbrido em que as pessoas continuam a trabalhar remotamente e continuamos a manter as tendências criadas durante a pandemia.
O avanço tecnológico, realmente, facilita os horários e aprendemos a estar conectados e voltados para uma realidade digital, o ambiente virtual do metaverso replica o mundo físico em dispositivos digitais. Este universo criado a partir de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada, experiências imersivas, redes sociais, criptomoedas etc., criam espaços que garantem experiências imersivas colectivas em diferentes camadas, servindo como espaços de convívio e de trocas, com infinitas novas possibilidades de relacionamento para empresas e pessoas.
Por outro lado, os vídeos curtos e dinâmicos, como Tik Toks, Reels e Stories do Instagram e Shorts do YouTube estabeleceram-se como uma das maiores tendências globais, especialmente com o crescimento no número de usuários da geração Z. Isso deve-se ao aumento na busca por informações que podem ser consumidas sem que haja necessidade de despender muito tempo para a realização de apenas uma atividade.
E agora?
Qual será o papel do RP?
Como será a adaptação dos RP num mundo tão tecnológico, numa era digital tão avançada?
Por mim, e com a pandemia ainda nos calcanhares, o trabalho de Relações Públicas estará voltado para diversas questões internas e externas.
Acredito que a comunicação assume protagonismo para permitir o êxito do modelo flexível de trabalho, possibilitando vínculos e preservando a empatia de forma a manter uma relação de confiança. A empatia e escuta activa tornam-se os pilares para garantir um contexto ligado à saúde mental e equilíbrio emocional no ambiente corporativo. Todos nós, durante estes últimos anos, experimentamos as reuniões e happy hours remotos, mas sabemos que o contacto cara-a-cara não tem valor.
É este papel de intermediador e conector do profissional do PR que se torna fundamental para a gestão do relacionamento e diálogo, que hoje, são mais complexos para a manutenção de conexões verdadeiras entre marcas e públicos estratégicos, assumindo função na gestão de relacionamento entre as marcas e seus públicos estratégicos, para voltar a ganhar a confiança dos clientes e stakeholders.
Embora a maioria das tendências globais para Relações Públicas esteja associada à digitalização, é mais do que claro que a humanização da marca, é capaz de fortalecer os laços, aumentando a confiança, identificação, o engajamento e a fidelização, além de impactar positivamente nas vendas, afinal, trata-se de mostrar que a marca é formada por pessoas capazes de realmente entender as dores dos clientes e buscar as melhores soluções.
São as marcas humanizadas que demonstram empatia durante todas as etapas do atendimento ao cliente, desde o primeiro contacto até o pós-venda, mas também adoptam esses valores tanto na publicidade como no marketing, demonstrando que as suas preocupações vão muito além da venda.
É importante voltar a trazer os executivos aos holofotes, mostrando não só o lado corporativo deles, mas também as qualidades humanas, afinal RP, é a parte humana nas organizações e ambiente de trabalho.
É importante lembrarmo-nos que, a nossa preocupação não é apenas com as metas, colaboradores, mas temos toda uma comunidade que deve ser apoiada. E, devemos também considerar a preocupação genuína com os problemas ambientais e causas sociais, adoptando medidas sustentáveis e inclusivas, para atingir esse propósito, é possível investir em acções e iniciativas que promovam a redução dos problemas ambientais e pensar em formas de contribuir activamente para um futuro mais sustentável; promover a diversidade na equipa e criar ou apoiar programas de inclusão social e direitos humanos; além de melhorar a conduta corporativa.
Eu sei que sou culpada quando digo que, todo o mundo precisa de um RP, mas na verdade, tanto na nossa vida pessoal como profissional valorizamos a parte humana das organizações e, mesmo as escolhas de onde preferimos frequentar. Sejamos sinceros: todos nós optamos pelo sorriso da pessoa que nos recebe ao atendimento de 30 segundos ao telefone.
A globalização sempre vai focar-se nas tecnologias, eu como RP, sempre vou apostar nas relações humanas!
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